(...)
Eles
olharam uns para os outros. Segundos depois, a Emma veio ter comigo e
abraçou-me.
-
Fala com cuidado. – Murmurou.
Quando
ela se afastou, eu olhei para os outros.
- Vai
lá, mano! – Falou o Liam, dando-me uma palmadinha no ombro e sorrindo
fracamente.
-
Obrigada por compreenderem. – Sorri fracamente e dirigi-me ao quarto onde ela
se encontrava.
Parei
á frente da porta e peguei na maçaneta. Respirei fundo e abri a porta. Lá
estava ela, deitada naquela cama de hospital, apenas com alguns arranhões no
rosto. Aproximei-me devagar e inclinei-me sobre ela, afagando-lhe os cabelos,
olhando para aquele rosto tão…angelical. Dei-lhe um beijo na testa e sentei-me
numa cadeira que está ao pé da cama. Agarrei delicadamente na sua mão e fiquei
ali, á espera que ela acordasse.
O Tom
veio-me ao pensamento. Eles estavam tão felizes… Ainda não sei como hei-de
contar-lhe uma noticia destas. Como é que lhe vou contar que o homem que ela
mais amava, estava morto?
Estava
tão perdido nos meus pensamentos que nem me apercebi de que ela já tinha
acordado.
-
Zayn! – Murmurou, fracamente.
-
Como é que te sentes?
*Catelyn*
Abro
os olhos, finalmente. Ao princípio fico um pouco encadeada, mas depois
habituo-me aquela luz branca de hospital. Fiquei um pouco confusa, devo
admitir.
Olho
para o meu lado esquerdo, onde se encontrava o Zayn, agarrando a minha mão,
enquanto olhava para o chão.
-
Zayn! – Murmurei, fracamente.
Ele
olha para mim e um sorriso triste forma-se nos seus lábios.
-
Como é que te sentes?
-
Bem, estou apenas um pouco cansada. – Respondi, também sorrindo. – O que é que
aconteceu? Porque é que eu estou no hospital? – Quis eu saber. De repente,
começaram a passar-me imagens na cabeça: o tom a agarrar-se à cabeça e a
desmaiar, o carro a perder o controlo, o acidente… - O Tom? Onde é que ele
está? Ele está bem? – Perguntei, já a ficar aflita.
O
Zayn olhava-me tristemente. Levantou-se da cadeira e sentou-se na beira da
cama, virado para mim. Respirou fundo e depois falou:
-
Cat! Vais ter de ser forte…
-
Zayn? – Perguntei. Já estava a ficar preocupada.
- O
Tom… Bem… O Tom tinha um aneurisma que podia rebentar a qualquer momento… -
Lágrimas formavam-se nos meus olhos, estava com medo do rumo que aquela
conversa tomaria. – E foi isso que aconteceu, o tumor rebentou e causou aquel
acidente. – Continuou o Zayn, agarrando a minha mão. Vi lágrimas também nos
seus olhos.
-
Não… - Murmurei, levando a mão à boca. Lágrimas já escorriam pelo meu rosto.
-
Quando a ambulância lá chegou já não havia nada a fazer… - Concluiu, deixando
cair uma lágrima.
-
Não, não, o Tom não. – Murmurei, chorando cada vez mais. – O Tom não…
*Zayn*
Ela
chorava cada vez mais, com o rosto escondido atrás das suas mãos. Aproximei-me
mais e abracei-a fortemente. Mantive-me calado, deixando-a chorar à vontade.
Custava-me
tanto vê-la assim. Sentia-me impotente por não poder fazer nada para lhe
atenuar a dor.
Longos
minutos depois, ela afasta-se, já mais calma.
- Os
pais dele já sabem? – Perguntou.
-
Penso que sim.
- E
os outros, onde estão?
-
Estamos aqui. – Suou uma voz feminina.
Olhei
para trás. Era a Emma, que trazia os rapazes atrás.
- Em!
– Exclamou a Cat, soluçando um pouco.
Eu
afastei-me, dando-lhes espaço.
Saí
do quarto e encostei-me á parede do corredor. Levei a mão á cabeça, afagando os
meus cabelos pretos. Sentei-me no chão, com a cabeça entre os braços, que se
encontravam em cima dos joelhos.
De
repente a porta abre-se. Olho para cima, estavam todos a sair.
-
Então, mano? O que fazes aqui? – Pergunta o Niall. – Pensei que estivesses
connosco lá dentro.
-
Está tudo bem? – Quis saber a Emma.
-
Sim, só queria estar um pouco sozinho… - Respondi, levantando-me do chão. –
Como é que ela está?
-
Mais calma, mas está muito abalada com isto tudo. – Contou-me a Emma. – eu
tenho de ir trabalhar, mas não queria deixá-la cá sozinha…
- Não
te preocupes, Em, eu fico aqui com ela. Podes ir trabalhar descansada. –
Garanti, sorrindo fracamente.
- A
sério? – Perguntou, um pouco surpreendida.
-
Claro. Eu ia ficar na mesma, de qualquer maneira. – Respondi.
-
Então, sendo assim, nós também vamos. – Disse o Liam.
-
Sim, assim aproveito para estar mais tempo com a El. – Concordou o Louis.
- E
eu com a Danielle. – Disse o Liam.
- Eu
vou levar a Emma ao trabalho. – Anunciou o Harry, pondo um braço à volta dos
seus ombros. – Queres vir connosco, Niall? Depois podemos ir ao Nando’s.
-
Claro, isso nem se pergunta. – Respondeu o Niall, com os olhos a brilhar.
Eu
sorri.
- A
Summer já sabe do que aconteceu? – Perguntei.
-
Sim, eu liguei-lhe há pouco, vem amanhã. – Respondeu o Niall.
Eu
assenti, afirmativamente.
-
Bem, temos de ir, amor! – Disse a Emma, para o Harry.
-
Claro, vamos! – Depois virou-se para mim, pondo a mão no meu ombro. – Vá, mano,
até logo!
- Até
logo, Zayn! Liga-me se acontecer alguma coisa. – Disse a Emma, dando-me dois
beijinhos.
- Ok.
Não se preocupem, nós ficamos bem. – Garanti, sorrindo fracamente.
-
Hum…! Está bem! Até logo! Toma bem conta dela. – Disse a Emma.
-
Mais logo sou capaz de vir aí, com a Danielle. – Avisou o Liam.
- E
eu com a Eleanor.
-
Claro, a Cat vai gostar de vê-las. – Respondi.
-
Então vá, até logo, mano! – Falou o Liam.
- Até
logo! – Disse eu.
Fiquei
a vê-los caminhar pelo corredor e a virar a esquina, depois entrei de novo
naquele quarto de hospital.
*Catelyn*
Quando
eles se foram embora eu deitei a cabeça na almofada, deixando-a descair um
pouco para o lado e fechei os olhos. Sentia-me cansada e…triste. Sentia o
coração apertado e um nó na garganta…
Senti-me
a adormecer, lentamente, embalada pela voz do Tom, a dizer-me que estava tudo bem
e que tudo iria passar… Antes de entrar no sono profundo, senti uma lágrima
cair…
*Zayn*
Assim
que entro no quarto, vejo aquela bela figura, deitada na cama de hospital.
Parecia mais frágil que da primeira vez que entrei aqui, mas, mesmo assim, ela
conseguia ter à mesma aquela beleza que tanto me atraia nela…
“Não,
Zayn, tu não te podes apaixonar por ela, não agora…”, pensei, abanando a
cabeça.
Aproximei-me
dela, sentei-me na cadeira e segurei-lhe delicadamente na mão.
- Não
te preocupes princesa, eu vou cuidar de ti. – Falei, tirando o cabelo que lhe
escondia o rosto. – Vou fazer de tudo para que ultrapasses isto e sejas feliz,
porque era i que o Tom queria, não é? – As lágrimas começaram a formar-se nos
meus olhos e, uma a uma, a cair pelo meu rosto a baixo.
Encostei
a testa à sua mão e chorei, enquanto continuava a falar:
-
Sinto tanto a falta dele…
De
repente, sinto a mão dela a apertar a minha. Olhei para cima, ela também me
olhava e também chorava.
- Eu
também sinto muito a falta dele, Zayn! Porque é que ele nos fez isto? Porquê?
Eu
levantei-me e abracei-a, o mais forte que consegui.
Depois
de longos minutos lá nos conseguimos acalmar e a Catelyn acabou por adormecer.
Sentei-me de novo na cadeira, segurando na sua mão.
De
repente, a porta abre-se.
- Boa
noite! Como é que ela está? – Perguntou o Doutor, entrando no quarto.
- Boa
noite! – Cumprimentei, levantando-me da cadeira. – Bem, dentro dos possíveis.
Acabou agora de adormecer.
-
Muito bem. – Disse ele, olhando para uns papéis.
-
Quando é que ela pode sair? – Perguntei.
-
Bem, em princípio, tem alta amanhã, como não tem muitos ferimentos e os que tem
são ligeiros, por isso, sim, amanhã a menina Catelyn tem alta. Só ficará cá
esta noite apenas por precaução.
- Ok.
E posso ficar com ela, esta noite?
-
Claro, tem aí um sofá e uma manta, pode dormir aí sem problema nenhum.
-
Obrigada.
- Ora
essa. – Disse ele, sorrindo. – Até amanhã!
- Até
amanhã, doutor! – Disse eu, sentando-me no sofá.
O
médico saiu.
Comecei
a descalçar os ténis, até que sinto o telemóvel a vibrar. Retiro-o do bolso,
olhando para o ecrã. “Perrie”. Respirei fundo e atendi.
-
Estou!
-
“Olá, amor! Como estás? Já soube do que aconteceu ao Tom…”
- Eu
estou bem, não te preocupes.
-
“Tens a certeza? Não queres que eu vá ter aí a casa?”
-
Não, eu não estou em casa, estou no hospital.
- “No
hospital? O que é que estás a fazer no hospital?”
Aquela
conversa já me estava a chatear…
-
Depois do acidente trouxeram-na para o hospital e eu estou aqui com ela.
- “E
tinhas de ficar tu com ela? Porque é que não ficou a amiga dela? Ou um dos
rapazes?”
Revirei
os olhos.
-
Porque ela está a trabalhar e os rapazes também têm a vida deles.
- “E
tu também não tens a tua Zayn? Não tens uma namorada para cuidar?”
- Por
favor, Perrie! Não vamos ter esta conversa agora.
-
“”Por favor” digo eu Zayn. Até parece que essa aí é mais importante que eu.”
-
Olha, primeiro, não tratas a Catelyn por “essa aí” e segundo, sim, ela é
importante para mim. Para além de ser a namorada do meu melhor amigo, também
ela é a minha melhor amiga e que precisa de mim mais do que nunca. Exaltei-me.
Ouvi-a a mexer-se na cama. – Agora, se me permites, vou ter de desligar. Adeus!
– E desliguei. Pousei o telemóvel em cima do braço do sofá e afaguei os meus
cabelos, tentando acalmar-me.
-
Zayn! – Ouço uma voz fraca chamar por mim.
- Eu
estou aqui, relaxa. – Falei, aproximando-me dela.
-
Passou-se alguma coisa? Estavas tão exaltado a falar.
- Ah!
Não era nada de mais, não te preocupes.
-
Zayn, tu sabes que podes falar comigo. – Disse ela, chegando-se mais para cima.
Baixei
a cabeça e sentei-me ao seu lado.
- Era
a Perrie, a fazer uma cena de ciúmes… - Falei.
-
Então? Porquê?
-
Porque eu estou aqui contigo e não com ela. – Contei. – Começou a dizer que tu
eras mais importante que ela e assim. Eu chateei-me e disse que sim, que tu
eras mais importante e depois desliguei-lhe o telemóvel na cara.
- Zay…
Eu não quero arranjar-te problemas…
-
Cat! Não te preocupes com isso agora. Ela tem de aprender que não tem de ser o
centro de todas as minhas atenções, não é?
Vi um
pequeno sorriso a formar-se no seu rosto.
- Eu
sou mesmo importante para ti? – Perguntei.
-
Claro, és a minha melhor amiga. – Respondi.
-
Obrigada. – Disse ela, baixando a cabeça. – Obrigada por estares aqui comigo. –
Levantou a cabeça, com os olhos marejados de lágrimas.
- Não
precisas de agradecer, princesa. – Proferi, deitando-me ao seu lado, de maneira
a que ela deita-se a cabeça no meu peito. – Eu estou aqui para isso. – Dei-lhe
um beijo nos cabelos. – Vá, agora dorme, que já é tarde.
- Tu também
és muito importante para mim, Zayn. – Disse ela, enroscando-se mais a mim.
Subitamente,
senti o meu coração a bater com mais força e um sorriso a formar-se no meu
rosto.
Dei-lhe
um beijo no cimo da cabeça e fechei os olhos.
O prometido é devido ^^
Para quem ainda não leu a Parte 1, pode ler e comentar aqui.
Digam-me, este capitulo foi bem emotivo, não foi? Gostaram desta reviravolta?
Fiquem atentas aos próximos capítulos, porque vai haver mais surpresas ^^
Sem comentários:
Enviar um comentário